Até o século IX o ser humano considerava que os pensamentos que viviam em sua alma eram inspirações dadas pelo mundo espiritual. Mesmo quando tinham pensamentos sobre aquilo o que percebiam com os sentidos, eles interpretavam como revelações do divino. A partir deste mesmo século, de forma gradativa, passaram a ter a inteligência pessoal individual e sentir que ele mesmo formava os pensamentos e isso passa a ser um elemento preponderante da vida anímica, trazendo a visão da inteligência do ser humano a essência de sua própria alma.
“Antigas doutrinas designavam como o nome de Micael aquela força a partir da qual amanavam (fluiam) os pensamentos das coisas.” Ou seja, o ser humano passa a receber os pensamentos a partir de Micael, que administra a inteligência cósmica, mas no decorrer do mesmo século o ser humano se esvai de Micael e a vida dos pensamentos passa a ser desenvolvida no âmbito da Humanidade.
A partir desse momento os realistas, que queriam manter-se ligados a Micael e serví-lo como senhor da inteligência do cosmo, ainda sentiam o antigo vínculo entre pensamento e coisa; e os nominalistas, que se afastaram de Micael e acreditavam que o ser humano era dono dessa inteligência, já que sentiam que os pensamentos eram algo subjetivo que vive na alma e não tem a ver com as coisas.
O nominalsimo se expandiu e Micael passou a buscar, a partir do último terço do século XIX, “uma metamorfose da sua incumbência cósmica”. Antes ele deixava que o pensamentos fluissem para dentro das almas humanas e agora ele quer viver nas almas humanas que formem os pensamentos. Micael agora vive em seus corações.
Fonte: GA -26